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19 de Abril de 2024

Efeito das dúvidas de uma advogada

Publicado por Heronides Araújo
há 9 anos

Sou octogenário, com dois cursos de terceiro grau. Vi, no JusBrasil, o texto de uma advogada que, depois de seis tentativas, obteve o sonhado registro OAB. Percebi, no aconselhamento por ela pedido a um colega, o nível de sua frustração, em face de tanto trabalho para ganhar R$ 1.500,00. O fato me atingiu e resolvi dirigir-lhe alguns comentários que, talvez, lhe sirvam de ajuda.

Cara amiga: também fui vítima da má orientação educacional do brasileiro e, o que acho mais cruel, é a estúpida proliferação quantitativa de formandos mal qualificados. Veja você o que senti quando, ao passar diante de uma banca de jornal em Curitiba, vi impressa na capa de uma revista a informação de que existem 1 milhão de advogados no Brasil. O choque sentido explicou o por quê do comportamento estelionatário com que me defrontei nestes dez últimos anos ocasionais da minha vida. Por coisas do destino, vi-me compelido a contratar os serviços de uma advogada que, induzido por recomendações de sua mãe, confiei-lhe três causas iniciais e uma de substabelecimento, em face do aumento de confiança, quando fui comparado ao pai da mesma. Além disso, a dita profissional (doutorada por Dom Pedro II) ainda usou outros ardis caracterizadores do famoso art. 171. Depois disso, e da efetivação dos pagamentos cobrados para cada processo, percebi que um desses foi ingressado em lugar errado; outro, de modo corporativo, ou por caminhos da má fé, teve uma condução bem dirigida contra mim. Cheguei ao fundo do poço, após pedidos de informações telefônicas, relativas ao andamento de cada processo. Como a resposta era sempre a mesma, isto é, está tudo indo bem, após muito tempo, vi-me forçado a pedir-lhe explicações sobre os critérios reguladores das relações entre o cliente e seu (sua) advogado (a). Diante das respostas evasivas, informei à dita advogada que iria esclarecer-me na OAB. A resposta mais rápida foi um volumoso alinhamento de calúnias, assacadas contra mim, tais como: falta de consideração, impertinência, etc, sob o título renúncia de mandato e prazo de dez dias para buscar outro advogado.

Encontrado um novo advogado, desta vez, recomendado por uma advogada familiar, recomecei a caminhada estelionatária e, passado por problemas similares catalogados na arte da enganação, fui obrigado a destituir o advogado, que também errara ao deixar o processo por incompetência jurídica e má fé explícita em e-mail que me enviou. Daí, passei a uma advogada que também tive de destituir por incompetência e má fé dissimulada. Então, fui compelido a procurar dois outros advogados para as mesmas questões.

Embora já me tenham dito que a OAB é uma entidade merecedora da confiança de todo cidadão, ainda não entendi, porque me exigiram um advogado-acompanhante para eu poder apresentar denúncias contra advogados corruptos.

Outrossim, também não consigo imaginar que a OAB ainda não tenha percebido que a maioria dos advogados cobra honorários adiantadamente e uma vez recebidos os pagamentos vêm se omitindo quanto às movimentações dos processos, objetivando levar o cliente a um desentendimento capaz de gerar uma renúncia de mandato, sem qualquer acerto financeiro em relação ao que tenha deixado de fazer.

No caso acima, só temos dois critérios para qualificação do fato: omissãoou corporativismo, condições essas que terminam gerando uma forma de ganho por via de estelionato...

Agora, ainda me resta outro problema: um outro advogado me disse para eu ter cuidado ao fazer a redação dos motivos das queixas que pretendo levar à OAB, pois alguém ainda pode insinuar alguma distorção de sentido nas minhas palavras para, corporativamente, proteger a pessoa acusada.

Por tudo que foi dito acima, creio já ter passado ao seu conhecimento a qualidade do comportamento que se vem disseminando no seio dos seus colegas de profissão, em face da competição desvairada e do mau caratismo dos nossos conterrâneos, como você poderá constatar se tiver oportunidade de ler o livro Bandeirantes e Pioneiros, de Vianna Moog (ele tem nome de rua aqui em Curitiba).

Conselho final: faça como eu, mude de profissão, de preferência, vá para a área de informática e encontre a sua felicidade profissional, pois eu a encontrei.

Sim, não vá pela cabeça dos que dizem que todo começo de profissão é difícil. Veja que nem é difícil achar o mais fácil e é por isso que temos tantos advogados...

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Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/efeito-das-duvidas-de-uma-advogada/236787941

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